Declaração do MRE da República Islâmica do Irã sobre a agressão militar dos Estados Unidos contra as instalações nucleares pacíficas do Irã
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O Ministério das Relações Exteriores da República Islâmica do Irã condena, nos termos mais veementes, a brutal agressão militar dos Estados Unidos contra as instalações nucleares pacíficas do Irã — uma violação grave e sem precedentes dos princípios fundamentais da Carta das Nações Unidas e do direito internacional.
O regime belicista e fora da lei dos Estados Unidos da América é plenamente responsável pelas perigosas consequências e pelas amplas repercussões desse ato atroz de agressão e crime hediondo.
A agressão militar dos EUA contra a integridade territorial e a soberania nacional de um Estado-membro da ONU — realizada em conluio com o regime genocida israelense — mais uma vez expôs a profundidade da depravação que governa a política externa americana e revelou a extensão da hostilidade nutrida pela classe dominante dos EUA contra o povo iraniano, que busca a paz e ama a independência.
A República Islâmica do Irã está firmemente determinada a defender seu território, sua soberania, sua segurança e seu povo, utilizando todos os meios e forças necessários, contra essa agressão criminosa dos Estados Unidos.
O ataque ilegal dos Estados Unidos contra as instalações nucleares pacíficas do Irã — ocorrido nas primeiras horas do décimo dia da agressão militar israelense contra o Irã — expôs, de forma inequívoca, a cumplicidade criminosa de Washington com o regime sionista na orquestração e condução de uma guerra contra a nação iraniana.
Esse ato de agressão, perpetrado por um membro permanente do Conselho de Segurança, não apenas constitui uma violação flagrante da Carta das Nações Unidas — especialmente da proibição do uso da força, estabelecida no Artigo 2(4), e da obrigação de respeitar a integridade territorial e a soberania dos Estados —, como também viola a Resolução 2231 do Conselho de Segurança da ONU e representa um golpe devastador ao regime global de não proliferação.
Silenciar diante de tamanha agressão flagrante mergulharia o mundo em um nível de perigo e caos sem precedentes.
A República Islâmica do Irã recorda às Nações Unidas, ao Conselho de Segurança, ao Secretário-Geral da ONU, à Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e a outros organismos internacionais competentes sua responsabilidade de adotar ações urgentes e decisivas em resposta a essa terrível violação do direito internacional.
Na qualidade de membro fundador das Nações Unidas, a República Islâmica do Irã conclama a Organização e seus Estados-membros responsáveis a cumprirem seus deveres diante dos atos unilaterais, ilegais e flagrantes dos Estados Unidos contra o Irã.
Instamos o Conselho de Segurança da ONU a convocar, com urgência, uma sessão extraordinária para condenar, de forma inequívoca, esse ato criminoso de agressão dos Estados Unidos contra o Irã e para responsabilizar os Estados Unidos por sua violação escandalosa dos princípios fundamentais da Carta das Nações Unidas e das normas do direito internacional.
A responsabilidade da AIEA e de seu Diretor-Geral — que, ao demonstrar um viés evidente em favor dos atores belicistas, pavimentou o caminho para essa recente catástrofe — torna-se agora mais clara do que nunca. Conclamamos a Junta de Governadores da AIEA a se reunir imediatamente e a cumprir seu dever legal diante desse perigoso ataque dos Estados Unidos contra as instalações nucleares pacíficas do Irã, todas elas sob plenas salvaguardas e monitoramento da Agência.
O mundo não deve esquecer que foram os Estados Unidos que, em meio a um processo diplomático, traíram a diplomacia ao apoiar o regime sionista, genocida e fora da lei, para impor uma guerra de agressão contra a nação iraniana. Agora, como continuação dos atos criminosos e ilegais desse regime, os próprios Estados Unidos lançaram uma guerra perigosa contra a República Islâmica do Irã.
Está agora absolutamente claro para todos que o regime que detém um assento permanente no Conselho de Segurança não se submete a qualquer princípio ou moralidade, e não hesita em recorrer à ilegalidade ou ao crime para servir aos interesses de um regime genocida e ocupante.